Elon Musk: Biografia do Dono da SpaceX e Tesla | Resumo Completo do Livro Elon Musk de Ashlee Vance

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Elon Musk é um empreendedor bilionário, filantropo, e fundador da Tesla, SpaceX, dentre outras empresas.

Aqui é o André do Você Top e esse é o resumo completo da trajetória de Elon Musk, baseado no livro de Ashlee Vance.

A Infância de Elon Musk

Elon Reeve Musk nasceu em Pretória, África do Sul, em 28 de junho de 1971.

Seu pai Errol era engenheiro e um empresário de sucesso.

Quando criança, Elon Musk às vezes acompanhava seu pai à Zâmbia, onde Errol possuía parte de uma mina de esmeralda.

A mãe dele, Maye, era nutricionista e uma modelo bem conhecida.

Desde muito cedo Elon Musk já tinha o hábito de ler muito, além de ter memória fotográfica, o que ajudou bastante em sua vida acadêmica.

Ele lia por volta de 10 horas por dia.

Era uma criança introspectiva e sofria bullying na escola.

Mas por volta dos 15 anos de idade ele teve um estirão de crescimento e aprendeu a se defender, por meio de karatê, judô e luta livre.

Indo Para América

Quando ele era um adolescente seus pais se divorciaram e, aos dezessete anos, Musk deixou a África do Sul e foi para o Canadá.

Sua mãe era canadense e ele conseguiu um passaporte do país graças a isso.

Ele inicialmente chegou na cidade de Montreal, e passou um tempo viajando pelo país, trabalhando em quaisquer empregos que conseguia e procurando familiares distantes.

Elon na Faculdade

Depois Elon Musk acabou se matriculando na Universidade Queen’s em Kingston, Ontário, também no Canadá.

Seu irmão Kimbal, e sua irmã Tosca se juntaram a ele no país.

Elon e Kimbal adquiriram o hábito de telefonar para pessoas interessantes e perguntar se estariam disponíveis para se encontrar no almoço.

Eles conheceram todos os tipos de pessoas influentes dessa maneira.

Elon Musk estudou administração e competiu em concursos universitários com uma intensidade e competitividade que se tornaria sua marca registrada mais tarde na vida.

Ele também começou a vender peças de informática e construir computadores para venda em seu dormitório, para ganhar algum dinheiro extra.

Ele também estava começando a se destacar academicamente e, após dois anos na universidade canadense, Musk conseguiu se transferir para a Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, com uma bolsa de estudos.

Ele se formou em economia pela Wharton Business School e também em física.

Musk se saiu ainda melhor na universidade americana.

Ele e seu colega de quarto, Adeo Ressi, deixaram o dormitório estudantil e alugaram uma casa de dez quartos perto do campus.

Durante a semana eles estudavam como garotos normais, mas nos fins de semana, transformavam sua casa em uma boate, onde cobravam cinco dólares de entrada, com bebida liberada.

Era até normal que quinhentos alunos aparecessem na sexta ou no sábado à noite, o que permitia que Elon e Adeo fizessem dinheiro suficiente para pagar o aluguel de um mês inteiro em apenas uma noite.

As festas se tornaram lendárias no campus da universidade.

Enquanto estudava lá, Musk escreveu um artigo detalhando “a estação de energia do futuro”, que consistia em matrizes solares gigantes no espaço que transferiam energia para a Terra via microondas.

Ele também escreveu um outro artigo sobre colocar todas as informações do mundo em um único banco de dados, e mais um a respeito do potencial comercial de ultra capacitores como dispositivos de armazenamento de energia.

De acordo com Ashlee Vance, escritor do livro, Elon Musk conseguiu incorporar conceitos difíceis de física no meio de planos de negócios reais, e mostrou um talento incomum de aliar uma empresa com fins lucrativos para um caminho de avanços científicos.

Musk cogitou a ideia de entrar no segmento de videogames depois da faculdade, mas não sentiu que seria capaz de causar muito impacto se seguisse esse caminho.

Em vez disso, ele queria fazer algo importante em uma das três áreas que acreditava estar à beira de importantes avanços tecnológicos – Internet, energia renovável e espaço.

Musk prometeu realizar projetos nas três áreas simultaneamente, algo que a maioria das pessoas, inclusive seus conhecidos que sabiam de sua inteligência e apetite para o trabalho duro, viam como algo impossível.

Ele não era consumido pela ideia de ficar rico, mas sim de fazer a diferença no mundo, e ele acreditava que podia.

A Primeira Startup de Elon Musk

No verão de 1994, Elon Musk e seu irmão Kimbal partiram em uma viagem pelos Estados Unidos dirigindo um BMW dos anos 70.

Eles começaram em São Francisco, onde Elon fez estágios durante o verão, e acabaram na Pensilvânia.

Ao longo do caminho, os irmãos discutiram todo tipo de ideias.

Os estágios de Elon foram em duas empresas do Vale do Silício.

Um no instituto de pesquisa Pinnacle, que estava explorando maneiras de usar os ultracapacitores em veículos elétricos e híbridos.

E o outro na Rocket Science Games, na área de videogames, que estava começando a trabalhar na migração de cartuchos para CDs de jogos.

E Musk estava fazendo os dois estágios simultaneamente, com um detalhe, ambos eram de tempo integral.

Se fosse necessário, Elon Musk virava noites trabalhando para que os prazos fossem cumpridos.

Bruce Leak, da Rocket Science Games disse que Elon Musk tinha energia ilimitada, e que hoje em dia as crianças não conhecem nada de hardware e não tem ideia sobre como as coisas funcionam, mas que Musk tinha uma bagagem incrível e não tinha medo de descobrir as coisas.

Elon Musk adorou o que viu no Vale do Silício e, logo depois que se formou, voltou lá para fazer um doutorado em ciências e física dos materiais na universidade de Stanford.

Mas apenas dois dias depois, Musk saiu de Stanford e convenceu seu irmão Kimbal a se mudar para o Vale do Silício para que eles pudessem conquistar a web juntos.

A primeira iniciativa de Elon e seu irmão foi a de criar uma espécie de páginas amarelas na internet.

A empresa, que chamaram de Zip2, esperava convencer restaurantes, cabeleireiros, lojas de roupas, e outros tipos de comércio, a aparecerem em um diretório pesquisável vinculado a mapas.

A empresa alugou um pequeno escritório e começou a contratar funcionários.

Para obter uma conexão com a internet, Musk fechou um acordo com um provedor de serviços de internet no andar de baixo e amarrou um cabo Ethernet na escada do prédio.

Elon concentrou-se em fazer a programação do sistema da empresa, enquanto Kimbal começou a vender de porta em porta.

O pai deles forneceu US$ 28.000 em financiamento inicial para a Zip2, mas essa quantia foi tão escassa que nos primeiros três meses Elon Musk e Kimbal dormiam no escritório, em alguns colchões no chão.

Eles tomavam banho numa associação local e comiam numa rede de fast food barata.

Musk até convenceu um engenheiro sul-coreano a fazer um estágio na Zip2 em troca de hospedagem e alimentação.

O coitado do coreano não tinha ideia no que estava se metendo.

Vender listagens em um diretório na Internet não era algo fácil no final de 1995.

Apesar disso, os irmãos Musk continuaram confiantes e, aos poucos, eles conseguiram arrumar alguns investidores para colocar dinheiro na empresa.

Depois do aporte dos investidores, a Zip2 conseguiu grandes clientes, como o The New York Times.

Isso fez com que recebessem mais financiamento de investidores e, em 1999, a Zip2 foi vendida para a Compaq por US$ 307 milhões.

Elon Musk embolsou US$ 22 milhões por sua participação e seu irmão Kimbal ganhou US$ 15 milhões.

X.com e PayPal

Agora com dinheiro da venda da Zip2, Elon Musk decidiu que era hora de lançar uma espécie de banco online.

A maioria das pessoas considerou isso como um movimento ousado, pelo fato dos consumidores naquele momento ainda terem muito medo de colocar os dados do cartão de crédito em sites na internet.

Nessa época por exemplo, a Amazon estava apenas começando a vender livros online.

E ainda mais assustador, eram os obstáculos regulatórios que precisariam ser superados para viabilizar o negócio.

Mesmo assim, Elon Musk estava confiante de que seria capaz de contornar esses problemas.

Ele então fundou a X.com em março de 1999 e começou a recrutar engenheiros de software e a desenvolver seu plano de negócios.

Demorou menos de uma década para Musk passar de um mochileiro canadense para um multimilionário aos 27 anos.

Musk investiu cerca de US$ 12 milhões na X.com, mas ainda continuaria contando com investidores externos.

Se a ideia desse certo, a X.com seria revolucionária.

No entanto, Musk sabia que ele estava entrando num mercado difícil, em que os concorrentes tinham muito mais recursos que ele.

Dessa forma, ele montou uma equipe que incluía dois canadenses com profunda experiência em finanças, Harris Fricker e Christopher Payne.

Eles se uniram a Musk e Ed Ho, um ex-executivo da Zip2.

Em 5 meses, seus 3 co-fundadores estavam cansados dos conflitos de personalidade com Elon Musk e deixaram a X.com para tocar seus próprios projetos.

Musk foi forçado a reconstruir a empresa desde o início e a buscar investidores para continuar.

Com muita persistência e trabalho duro, em novembro de 1999, a X.com já havia garantido uma licença bancária, uma licença de fundo mútuo e uma parceria com o banco de investimentos Barclays.

A X.com foi lançada como um dos primeiros bancos online do mundo no Dia de Ação de Graças, no fim de novembro em 1999.

A empresa ofereceu contas bancárias e investimentos em três fundos mútuos inicialmente.

Depois, conseguiu a incrível marca de 200.000 clientes nos primeiros dois meses de operação.

E o sucesso da empresa não passou despercebido e, em alguns meses, teve um grande concorrente, chamado de Confinity, criada por Max Levchin e Peter Thiel.

Com o tempo, a principal funcionalidade do Confinity se tornou pagamentos baseados em email.

Seu novo serviço era conhecido como PayPal, e eles travaram uma batalha com a X.com para atrair os usuários.

Dezenas de milhões de dólares foram gastos em promoções enquanto as duas empresas se enfrentavam.

Em março de 2000, a X.com e a Confinity decidiram que fazia mais sentido unir forças do que continuarem brigando entre si.

A Confinity tinha Paypal, o produto mais popular, mas a X.com possuía os serviços mais sofisticados, de modo que, após a junção das empresas, o nome ainda permaneceu X.com e Elon Musk era o maior acionista da empresa.

Poucas semanas depois do acordo, a X.com levantou US$ 100 milhões do Deutsche Bank e do Goldman Sachs.

Naquela época, a empresa tinha mais de um milhão de clientes.

A medida que crescia, a X.com começou a enfrentar grandes problemas, como infraestrutura de tecnologia e fraudes online.

Havia também uma enorme tensão dentro da própria empresa, que acabaram levando à substituição de Elon Musk por Peter Thiel como CEO da empresa.

Essa troca de comando ocorreu enquanto Musk estava em sua viagem de lua de mel, em setembro de 2000.

Musk tentou desfazer a substituição, mas não teve sucesso, e passou a ser conselheiro da empresa.

A X.com trocou seu nome e passou a se chamar PayPal em junho de 2001.

A empresa estava gerando US$ 240 milhões por ano em receita apenas com sua marca PayPal, e isso atraiu a atenção do gigante eBay.

Eles ofereceram US$ 1,5 bilhão pelo PayPal em julho de 2002, e a oferta foi aceita.

A parte de Elon Musk nessa transação foi de US$ 250 milhões, e após pagar os impostos sobraram US$ 180 milhões.

O estilo confrontador de Elon Musk como CEO e sua capacidade de exagerar as coisas foram vistos por muitos como contraproducentes, mas o fato inegável é que Elon Musk havia previsto e investido corretamente em várias áreas de tecnologia na Internet, incluindo diretórios, mapas, banco online e comércio eletrônico.

Com 31 anos, após sair do Paypal, Elon Musk já tinha acumulado uma enorme fortuna.

Mesmo assim, isso era só o começo para ele.

Sem Sorte na Lua de Mel

Musk se casou no início de 2000, mas sua lua de mel acabou sendo postergada por seus compromissos profissionais.

Então em setembro de 2000, ele saiu para sua lua de mel, que foi interrompida pela reunião que tirou Musk do comando da então X.com, que mais tarde se tornou o Paypal.

No mês de dezembro desse mesmo ano ele finalmente conseguiu tirar um tempo para viajar com sua esposa, mas acabou pegando malária na África do Sul.

Na volta para Califórnia ele teve que ficar 10 dias hospitalizado, em terapia intensiva.

Mesmo depois que saiu do hospital, Elon Musk ainda demorou seis meses para se recuperar totalmente.

Elon Musk e sua esposa decidiram se mudar para Los Angeles para começar a família.

Isso também permitiria Musk revisitar uma de suas paixões quando era mais jovem: foguetes e o fascínio das viagens espaciais interplanetárias.

A cidade de Los Angeles abrigava as mentes mais brilhantes do mundo nesse assunto.

E essas pessoas poderiam ajudar ele a refinar ideias e se juntar ao seu próximo empreendimento.

Com a mudança para Los Angeles e o aumento de sua riqueza gerada pelo acordo com o PayPal, Musk começou a levar a sério os projetos espaciais.

O Início da SpaceX

Ele se juntou ao conselho de administração da Mars Society, uma organização sem fins lucrativos que reuniu cientistas e engenheiros planetários que estavam conceituando como colonizar Marte.

Com sua marca registrada de energia e foco, Elon Musk se aprofundou no plano da sociedade de enviar uma pequena estufa robótica para Marte, que pegaria um pouco de solo marciano e o usaria para cultivar plantas.

Ele viu isso como uma ótima maneira de reavaliar a consciência e a paixão do público em geral pela exploração espacial.

Para ver se era possível comprar alguns mísseis balísticos intercontinentais russos recondicionados para usar como veículo de lançamento para este projeto, Musk e alguns membros da sociedade fizeram uma viagem exploratória à Rússia para se reunir com a Agência Espacial Federal Russa.

Os russos não deram muita importância, apesar de Musk ter separado US$ 20 milhões de seu próprio bolso para o projeto.

Sem se deixar abalar com esse revés, Musk decidiu que usaria o dinheiro para abrir uma empresa para construir o foguete.

A indústria espacial está repleta de histórias de bilionários que pensaram que poderiam fazer o trabalho.

Então no início, todos pensaram que Musk não entendia no que realmente estava envolvido.

Mas ele sabia o que estava fazendo.

Ele descobriu que poderia usar um foguete de tamanho modesto para lançar pequenos satélites e itens úteis para pesquisa a um custo muito menor do que as outras empresas do mercado.

Depois de mais alguns meses refinando seu pensamento e conversando com um grupo de entusiastas e engenheiros de foguetes, Musk tomou a decisão de passar da teoria para a prática.

Então em junho de 2002, a SpaceX foi criada.

A startup comprou um imóvel no subúrbio de Los Angeles e começou a trabalhar na construção de foguetes.

A estratégia de Elon era construir seus próprios motores e depois contratar fornecedores com os outros componentes do foguete.

A empresa ganharia uma vantagem competitiva sobre os concorrentes, construindo um motor que seria melhor e mais barato, e ainda ajustando o processo de montagem para tornar os foguetes mais rápidos e mais baratos do que qualquer outra empresa.

Se isso desse certo, a SpaceX poderia fazer muito mais lançamentos do que as outras empresas, e ganhar bastante dinheiro com cada um deles.

Em outras palavras, enquanto outras empresas aeroespaciais estavam ocupadas construindo uma Ferrari para cada lançamento, a SpaceX tentava usar um Honda para conseguir a mesma coisa.

Quando outras empresas estavam cobrando US$ 30 milhões para lançar uma carga de 250 quilos no espaço, Elon Musk prometeu que a SpaceX seria capaz de transportar uma carga útil de 650 quilos ao espaço por US$ 6,9 milhões.

Ele injetou US$ 100 milhões do seu próprio dinheiro no financiamento da SpaceX, e começou a trabalhar na administração da empresa.

Ele recrutou pessoas que haviam acabado de sair da faculdade, bem como outros engenheiros que estavam motivados para trabalhar numa empresa de foguetes.

A SpaceX comprou um local para fazer testes no estado do Texas, onde seus engenheiros poderiam começar a testar motores para os foguetes.

A princípio, os motores funcionavam por apenas 2 ou 3 segundos, antes de explodir.

Mas para dar certo, era necessário que eles funcionassem por 180 segundos.

Gradualmente, após meses de tentativa e erro, a SpaceX conseguiu construir motores confiáveis que funcionavam pelo tempo necessário.

Os dois primeiros lançamentos da SpaceX, em 2005 e 2006, não deram certo, e começou a ficar claro que chegar ao espaço seria um desafio maior e mais caro do que Elon Musk havia antecipado.

Mesmo assim, ele não desistiu e continuava acreditando no sucesso da empresa.

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Origem da Tesla Motors

No outono de 2003, o graduado em Stanford, J.B.

Straubel, foi até a SpaceX tentar convencer Elon Musk a investir num projeto para construir um avião elétrico.

Musk não gostou dessa ideia, mas ficou muito interessado quando Straubel descreveu um projeto paralelo para construir um carro elétrico usando baterias de íons de lítio.

Isso realmente impressionou Musk, que investiu US$ 10.000 inicialmente.

Pouco tempo depois, Musk foi abordado pelos fundadores de uma nova empresa chamada Tesla Motors.

Eles estavam procurando um investidor para aportar US$ 7 milhões para que eles pudessem fabricar e vender um carro esportivo, como o Lotus Elise, que seria alimentado por um motor elétrico.

Eles se encontraram com Elon Musk numa sexta-feira, responderam a uma série de perguntas que ele fez no fim de semana e na segunda-feira Elon Musk concordou em investir US$ 6,5 milhões na Tesla Motors.

Isso o tornaria o maior acionista da empresa.

Musk, em seguida, colocou os fundadores da Tesla, Martin Eberhard e Marc Tarpenning, em contato com J.B.

Straubel.

A equipe da Tesla montou escritórios em um armazém de 1.000 metros quadrados em San Carlos, na Califórnia, e começou a desenvolver a tecnologia necessária.

Eles não tentaram contratar ninguém com experiência na indústria automotiva, mas contrataram engenheiros que tinham fascínio por carros elétricos e os deixaram descobrir as coisas à medida que avançavam.

O plano original da Tesla era muito simples.

Pegar um Lotus Elise e adaptá-lo com um motor de propulsão elétrico licenciado por uma empresa chamada AC Propulsion.

Só que a realidade acabou sendo bem mais desafiadora do que isso.

Mas em janeiro de 2005, os 18 funcionários da Tesla tinham um protótipo em funcionamento e o conselho de administração se revezava dirigindo o carro pelo armazém da Tesla.

Musk concordou em contribuir com mais US$ 9 milhões em uma segunda rodada de financiamento, cujo valor total foi de US$ 13 milhões, para expandir a empresa.

Origem do Tesla Roadster

Foi decidido que o novo carro da Tesla, chamado de Roadster, tinha de agradar o cliente e ter uma boa aparência, e a Lotus modificada simplesmente não conseguiu isso.

Então a empresa contratou designers que criaram um novo e elegante design feito de fibra de carbono em vez de fibra de vidro.

Em janeiro de 2006, a Tesla fez mais uma rodada de captação de recursos e arrecadou mais US$ 40 milhões.

Musk investiu outros US$ 12 milhões com recursos próprios.

Quando o novo Tesla Roadster foi anunciado ao mundo em julho de 2006, os preços do carro elétrico de dois lugares foram fixados em cerca de US$ 90.000.

O Roadster tinha um alcance de 400 quilômetros por carga.

Em pouco tempo, havia dezenas de pessoas aparecendo no escritório da Tesla preenchendo cheques de US$ 90.000 para encomendar seus carros.

A demanda era tanta que houve até o surgimento de um “mercado negro” para as pessoas tentarem subir na lista de espera para conseguir um Tesla.

Embora a demanda pelo Roadster fosse clara, a empresa teve problemas com sua cadeia de fornecedores globais.

Por exemplo, a Tesla havia encomendado baterias de íons de lítio da Tailândia, mas a fábrica ainda estava em construção.

E o pior de tudo é que, quando os analistas financeiros analisaram o plano de negócios da Tesla, eles calcularam que custaria à empresa entre US$ 170.000 e US$ 200.000 para fabricar cada carro, que a empresa planejava vender por cerca de metade desse valor.

A conta simplesmente não fechava.

Alarmado com isso, o conselho da Tesla demitiu Martin Eberhard como CEO.

O novo CEO também foi substituído cerca de um ano depois e, nos bastidores, Elon Musk entrou em ação.

Ele passou a fazer reuniões semanais para ver formas de reduzir o custo.

Também foi pessoalmente resolver problemas de fornecedores na Europa.

Sua energia contagiou a empresa, criando um ambiente de que não importava quais fossem os problemas, eles iriam entregar um ótimo carro esportivo que os clientes iriam adorar.

Com a liderança da forte presença de Elon Musk, os funcionários da Tesla entraram em ação e fizeram alguns avanços incríveis.

Crise de 2008

Apesar de todo o progresso que a Tesla havia feito, em 2008 a empresa havia gasto US$ 140 milhões no desenvolvimento do Tesla Roadster.

Isso foi muito mais do que os US$ 25 milhões que foram estimados no plano de negócios da empresa em 2004.

Para piorar a situação, os mercados financeiros de todo o mundo entraram em colapso na pior crise financeira desde a Grande Crise de 1929.

Nesse momento, a fortuna de quase US$ 200 milhões de Elon Musk após a venda do PayPal estava sumindo rapidamente.

Com Musk trabalhando sete dias por semana, alternando entre a Tesla em São Francisco e a SpaceX em Los Angeles, seu casamento foi por água abaixo e ele se divorciou.

Seu divórcio foi algo ruim para sua imagem, já que sua exposição negativa foi bem grande.

O terceiro lançamento de foguete da SpaceX também foi um desastre.

Como sua fortuna pessoal estava indo para o ralo, Musk achou que teria dinheiro suficiente apenas para terminar o ano de 2008.

Ele precisava urgente de algum sucesso na SpaceX ou na Tesla, senão estaria totalmente quebrado.

A Luz no Fim do Túnel

Quando a falência já batia à sua porta, a SpaceX fez a quarta tentativa de lançamento, em setembro de 2008.

E finalmente o lançamento do Falcon 1 foi um sucesso.

O foguete atingiu a órbita exatamente como planejado, sendo o primeiro foguete de uma empresa privada, sem a participação de qualquer governo, a realizar tal feito.

Mesmo assim, o brilho dessa conquista foi ofuscado pelos problemas.

Tanto a SpaceX como a Tesla agora estavam sem dinheiro, enfrentando problemas até mesmo para honrar sua folha de pagamento.

E para piorar, Elon Musk que na época era CEO das 2 empresas, estava muito pressionado.

Ele passou a buscar por investidores para os 2 negócios conseguirem continuar.

E para sua surpresa, em dezembro de 2008 ele conseguiu fechar um contrato de US$ 1,2 bilhão com a NASA, a agência do governo dos Estados Unidos responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial.

O sucesso do quarto lançamento da SpaceX colocou a empresa numa posição privilegiada para receber dinheiro da NASA.

A empresa acabou recebendo um pagamento por 12 voos da SpaceX para a Estação Espacial.

Como Elon Musk Salvou a Tesla da Falência

Enquanto isso a Tesla precisava obter mais dinheiro até a véspera de Natal ou teria que decretar falência.

Como os investidores estavam se recusando a colocar mais dinheiro na empresa, a única saída encontrada por Musk foi pegar um empréstimo de US$ 40 milhões da SpaceX e injetar esse dinheiro na Tesla.

Antonio Gracias, um investidor tanto da SpaceX como da Tesla, disse:

“Elon Musk tem a capacidade de trabalhar mais e suportar mais estresse do que qualquer pessoa que eu já conheci.

O que ele passou em 2008 teria quebrado qualquer um.

Ele não apenas sobreviveu.

Ele continuou trabalhando e permaneceu concentrado.

A maioria das pessoas que estão sob esse tipo pressão fracassam.

Suas decisões se tornam ruins.

Já Elon fica hiper-racional.

Ele ainda é capaz de tomar decisões muito claras e de longo prazo.

Quanto mais difícil, melhor ele fica.

Quem viu o que ele passou em primeira mão acaba respeitando ele ainda mais.

Eu nunca vi nada parecido com a capacidade dele de suportar a dor.”

Depois do contrato com a NASA, no final de 2008, a SpaceX continuou a crescer em um ritmo impressionante.

No momento em que gravo esse vídeo, os foguetes da empresa possuem uma excelente reputação, e inclusive já há planos para a empresa levar astronautas até o espaço.

Os foguetes da SpaceX costumam colocar em órbita satélites para vários países e corporações.

A empresa também concluiu com sucesso missões para levar suprimentos até a Estação Espacial Internacional.

O fato da SpaceX fabricar todas as suas máquinas internamente continua sendo uma de suas principais vantagens competitivas.

Sozinha, a SpaceX tornou os Estados Unidos um participante importante no mercado mundial de lançamentos comerciais, avaliado em mais de US$ 200 bilhões por ano.

Todos os seus concorrentes domésticos, como Boeing, Lockheed Martin e Orbital Sciences, contam com fornecedores russos e de outros países para seus veículos de lançamento.

Já a SpaceX consegue fazer tudo o que precisa.

Isso se traduz em uma enorme economia de custos de lançamento para os clientes também.

E, a longo prazo, Elon Musk acredita que o custo por voo pode cair ainda mais, abrindo espaço para novos tipos de usos potenciais.

O que Musk busca com a SpaceX não é simplesmente reduzir o custo de implantação de satélites e reabastecer a estação espacial.

Ele quer reduzir o custo de lançamentos a ponto de torná-lo econômico e prático o suficiente para fazer milhares e milhares de viagens de suprimentos a Marte e iniciar uma colônia humana por lá.

Atitudes de Elon Musk no Trabalho

A paixão de Musk pelo trabalho é extrema, e ele presta uma atenção absurda nos detalhes.

Ele não apenas assina pessoalmente todas as despesas que ultrapassam US$ 10.000, mas também entrevista praticamente todos os novos contratados que a empresa faz.

Todos os candidatos a emprego em potencial também devem escrever um artigo para Musk sobre o motivo pelo qual desejam trabalhar na SpaceX.

Ele também está sempre atento aos custos da empresa.

Quando a SpaceX estava desenvolvendo um de seus primeiros foguetes, um funcionário da empresa chamado Steve Davis foi escolhido para encontrar fornecedores para uma peça que precisavam.

Ele voltou com um orçamento de US$ 120 mil.

Mas Musk deu risada e disse:

“Essa parte não é mais complicada do que um abridor de porta de garagem. O seu orçamento é de 5 mil dólares. Faça funcionar.”

Davis então trabalhou por 9 meses no projeto para essa peça.

Até que finalmente conseguiu chegar ao custo de US$ 3.900 por essa peça, de modo que ela funcionou perfeitamente no foguete da empresa.

Elon Musk contrata funcionários e os motiva a realizar tarefas impossíveis dentro de prazos improváveis e, em seguida, encontra maneiras de entregar.

Esse é o tipo de pensamento que permitiu a SpaceX fazer o que nenhum outro concorrente jamais conseguiu.

Era normal, no início, que os engenheiros da NASA desconsiderassem a abordagem inicial da SpaceX para a construção de foguetes.

Quando Elon Musk apareceu e sugeriu que a maior parte do sistema de computadores de um foguete não deveria custar mais do que US$ 10.000, já que a física era tão conhecida, os engenheiros da NASA pensaram que ele era louco.

Naquela época, esses custos giravam em torno de US$ 10 milhões.

No entanto, Elon Musk e a SpaceX conseguiram chegar a esse valor de apenas US$ 10.000, deixando os funcionários da NASA de boca aberta.

Nas palavras de Kevin Brogan engenheiro da SpaceX:

“O princípio norteador da SpaceX é abraçar o seu trabalho e fazer as coisas acontecerem.

As pessoas que esperam instruções detalhadas definham.

O mesmo vale para os trabalhadores que desejam feedback.

E a pior coisa que alguém pode fazer é informar a Musk que o que ele está pedindo é impossível.

Elon dirá: ‘Tudo bem. Você está fora do projeto, e agora farei o seu trabalho e serei CEO de 2 empresas ao mesmo tempo. Eu vou conseguir e vou entregar.’

E o que é ainda mais louco é que Elon realmente consegue fazer isso.”

Elon Musk realmente está mudando a maneira como os negócios aeroespaciais são realizados.

Ele conseguiu manter a segurança, ao mesmo tempo que cortou drasticamente os custos.

Onde Musk e a SpaceX irão parar, só com o tempo vamos saber.

Agora, vamos voltar para a Tesla.

Tesla Após a Crise

Depois de quase ter chegado a beira da falência no fim de 2008, a Tesla surpreendeu o mercado automotivo ao lançar seu sedã Modelo S em meados de 2012.

Esse carro de luxo totalmente elétrico possui uma bateria que compõe a base do carro e um motor elétrico do tamanho de uma melancia, que fica localizado entre os pneus traseiros.

Ele pode percorrer cerca de 500 quilômetros com uma única carga, e acelera de zero a 100 quilômetros por hora em impressionantes 4,2 segundos.

O Modelo S não apenas oferece um estilo impressionante, mas a Tesla também reinventou a experiência de compra e propriedade de carros.

Você pode comprar um modelo S em uma loja de propriedade da empresa ou no site da Tesla.

Os vendedores também não são “chatos” como em lojas tradicionais, até porque não recebem comissão por venda e são instruídos a não ficaram “empurrando” o carro para o cliente.

Você pode optar por pegar o carro na fábrica no Vale do Silício ou a Tesla o entregará em sua casa, escritório ou em qualquer outro lugar que você especificar.

E uma vez que você compra um carro desse, não precisa se preocupar nem com a troca de óleo.

Se o seu carro der problema, a Tesla irá buscá-lo e te deixará com um carro emprestado até consertar o seu.

Enquanto você dorme e seu carro está sendo carregado, os engenheiros da Tesla ainda podem instalar atualizações de software pela Internet, oferecendo novos recursos ou corrigindo eventuais falhas que foram identificadas.

Mas até chegar ao ponto de conseguir lançar o Modelo S, as coisas não foram fáceis para a Tesla nem para Elon Musk.

Depois de quase falir no final de 2008, a Tesla começou a enviar seu modelo original do Roadster para os compradores no início de 2009.

Com a empresa ganhando mais notoriedade, Musk anunciou um aumento nos preços, elevando o preço do Roadster de US$ 92.000 para US$ 109.000.

Por fim, de 2008 a 2012, a Tesla vendeu cerca de 2.500 Roadster, validando na mente de Musk a demanda reprimida por carros elétricos que sejam elegantes e bons de dirigir.

Assim, Musk decidiu que era hora da Tesla construir um carro elétrico novo e melhor do zero.

Ele contratou um designer e conversava com ele todos os dias, até que o design do Modelo S começava a ganhar vida, primeiro como um esboço, e depois como uma maquete em tamanho real.

Tesla e Toyota

No ano de 2009, quando a General Motors e a Toyota anunciaram que fechariam sua fábrica de montagem conjunta em Freemont na Califórnia, Musk entrou em ação.

Ele se aproximou da Toyota e eles concordaram em vender a fábrica de montagem para a Tesla por US$ 42 milhões.

O que foi ainda mais impressionante, é que a Toyota também anunciou que estava investindo US$ 50 milhões na Tesla por uma participação de 2,5% na empresa.

Isso significava que agora a Tesla tinha uma fábrica de ponta sem ter que desembolsar nenhum dinheiro.

Estimulado por essas notícias, Musk decidiu abrir o capital da Tesla em 2010.

Ele sabia que isso tinha desvantagens, mas a Tesla precisava muito dos 200 milhões de dólares em capital que viria da oferta pública de ações.

Quando a Tesla anunciou o Modelo S em 2009, prometeu começar a entregar carros em 2010.

Porém, o Modelo S só foi sair da linha de produção apenas em 2012.

Mesmo com os atrasos, o mundo automotivo ficou bem impressionado.

Nos anos seguintes, a Tesla continuou anunciando novidades e se consolidando como a maior empresa de carros elétricos do mundo.

E esse é apenas o começo da empresa.

E se você acha que as atividades dele como empreendedor param por aqui, você está enganado.

SolarCity

Em 2006, Lyndon, Peter e Russ Rives, que são três primos de Musk, decidiram que queriam um novo desafio.

Eles criaram uma empresa chamada SolarCity para instalar painéis solares nas casas.

Elon Musk se tornou o presidente do conselho da empresa e seu maior acionista.

Em 2012, a SolarCity havia se tornado o maior instalador de painéis solares nos Estados Unidos.

Além de ampliarem a operação para instalar painéis solares nas empresas, a SolarCity abriu seu capital na bolsa em 2012.

Em 2014, a empresa foi avaliada em quase US$ 7 bilhões, e anunciou que começaria a vender sistemas de armazenamento de energia residencial em parceria com a Tesla.

Consumidores e empresas podem adquirir esses sistemas de armazenamento para terem energia durante a noite, ou até no caso de interrupções da rede central.

O sucesso da SolarCity ilustra como os investimentos comerciais de Elon Musk estão interconectados.

A Tesla fabrica as baterias que a SolarCity vende.

A SolarCity instala painéis solares nas estações de recarga da Tesla para que a Tesla possa fornecer aos proprietários de carros recarga gratuita.

A Tesla e a SpaceX trocam conhecimentos sobre materiais, técnicas de fabricação e inteligência operacional das fábricas.

E a SolarCity, a Tesla e a SpaceX assumiram um papel de destaque absoluto nos setores de energia solar, automotivo e aeroespacial.

E o próprio fato de Musk estar nas três empresas também eleva seu valor de mercado.

Elon Musk se tornou uma espécie de celebridade empresarial, nos moldes de Steve Jobs.

Quando a Tesla anunciou que iria construir sua própria fábrica para fazer as baterias de íons de lítio para seus carros e para os sistemas de armazenamento de energia da SolarCity, vários estados americanos queriam que a fábrica fosse localizada lá.

O estado de Nevada venceu, oferecendo à Tesla US$ 1,4 bilhão em incentivos.

A fábrica da Tesla, chamada Gigafactory, já está operando, e é esperado que isso ajude a Tesla a reduzir drasticamente os custos das baterias dos carros produzidos pela empresa.

A Tesla também já conta com o Modelo 3, um carro elétrico com preço mais acessível para o público dos Estados Unidos.

SpaceX e Marte

Enquanto isso, a SpaceX está se preparando para realizar voos tripulados e começar a levar astronautas regularmente para a Estação Espacial Internacional.

O objetivo de longo prazo de Elon Musk ainda é aumentar a SpaceX até o ponto em que será econômica e tecnicamente viável estabelecer um posto avançado humano em Marte.

Nas palavras do próprio Elon Musk:

“Eu acho que a SpaceX terá desenvolvido uma nave espacial até o ano de 2025, capaz de levar grandes quantidades de pessoas e carga para Marte.

Eu acho que é altamente provável que haja uma colônia humana autossustentável em Marte.

Haverá um número suficiente de pessoas interessadas, que venderão suas coisas na Terra e se mudarão para Marte.

Não se trata de turismo.

É como as pessoas que vieram para a América nos dias do Novo Mundo.

Você se muda, consegue um emprego lá e faz as coisas funcionarem.”

Então em 2025, volte para esse vídeo e me diga se os planos de Elon Musk realmente deram certo.

Hyperloop

Também não poderia deixar de fora um outro projeto paralelo que Elon Musk participa, que é chamado de Hyperloop, que consiste num sistema de transporte de cápsulas que viajarão por tubos a mais de 1.200 quilômetros por hora.

O sistema funcionaria por meio de pulsos eletromagnéticos movidos à energia solar.

De acordo com Musk, o Hyperloop seria incrivelmente eficiente em termos de custo e geraria um aumento incrível em termos de produtividade.

Para Elon, Não se Trata de Dinheiro

O patrimônio estimado de Elon Musk na data em que gravo esse vídeo é de aproximadamente US$ 30 bilhões.

Mas não é dinheiro que o move.

Musk já arriscou todo o seu patrimônio para investir em projetos que a maioria das pessoas, inclusive especialistas, julgavam impossíveis de serem realizados.

E é bem provável que ele faria tudo novamente se fosse preciso.

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Um abraço e até o próximo vídeo.

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